OS VESTIBULARES E O ENEM ESTÃO CHEGANDO: QUAIS EMOÇÕES E SENTIMENTOS ESSES EXAMES PROVOCAM
- Rosana Principato Louro
- 23 de ago. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de ago. de 2019

O ENEM está próximo, e o que pode ser observado entre a maioria dos jovens que farão o exame, entre os outros vestibulares que alguns prestarão, é uma mistura de sentimentos. Para alguns deles, o fato de não estar devidamente preparado do ponto de vista acadêmico é um dos geradores de angústia, estresse, etc; do outro, está a incerteza de qual carreira escolher e/ou a obrigação de ser aprovado.
No momento de escolher uma carreira ou de prestar um vestibular, os sentimentos de autoconfiança, autoestima, foco, estratégias assertivas, sensação de bem-estar, segurança, entre outros sentimentos positivos, é o sonho de muitos jovens adolescentes que cursam o Ensino Médio ou, até mesmo, daqueles que já concluíram o curso, mas ainda não decidiram qual carreira seguir ou não conseguiram passar no vestibular que queriam. No entanto, o que está comprovado de acordo com o estudo feito pela Agência Fapesp, coordenado pelo psiquiatra Daniel Guzinski Rodrigues, da Ulbra (Universidade Luterana do Brasil), e pela psicóloga Cátula Pelisoli, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com 1.046 vestibulandos, é que 56,3% apresentaram sintomas de ansiedade, considerando os níveis de intensidade leve, moderado e grave.
Este sonho, portanto, parece cada vez mais distante dos nossos jovens. Isto está ocorrendo de forma cada vez mais recorrente, pois são alunos que não estão devidamente preparados para enfrentar esse grande desafio em um momento no qual estão acontecendo grandes mudanças físicas e psicológicas, além da inundação de informações e a velocidade da tecnologia. Se não estiverem devidamente preparados e não tiverem apoio adequado, eles não terão forças suficientes para gerar quaisquer sentimentos positivos, tão importantes para o crescimento intelectual, amadurecimento psicológico e humano. Fato que vem preocupando, cada vez mais, educadores, pais e especialistas no comportamento humano.
Passamos por um momento de grande aumento do número de adolescentes que, cada vez mais cedo, começam a tomar antidepressivos para poderem conseguir finalizar o Ensino Médio, escolher um curso e prestar o vestibular com a obrigação de ser aprovado, isto quando não ocorre o pior, alguns chegam a se suicidar. Fato este comprovado com o estudo feito por pesquisadores da UNIFESP, Universidade Federal de São Paulo, junto ao IBGE, mostrando que a taxa de suicídios entre jovens de 10 a 19 anos aumentou 24% nas seis maiores cidades brasileiras no último ano. Uma estatística que engloba, principalmente, alunos de colégios privados de elite da capital paulista.
Entre os vários fatores, obviamente, um deles é o fato de não saberem lidar com a realidade, frustrações e com as pressões externas e a própria pressão e autocobrança internas. Existem a insegurança, a pressão familiar, o estresse e a indecisão, além de não saberem como gerir as próprias emoções, uma das questões mais importantes e, geralmente, ignorada pelos pais e educadores.
Alguns dos grandes cursinhos pré-vestibulares e escolas particulares já estão oferecendo aos jovens um apoio personalizado com palestras e atendimentos com especialistas como Coaches Educacionais e Psicólogos. Com isso, os alunos conseguem se organizar melhor com relação aos estudos e a suas próprias vidas, ficam mais motivados, aumentam a autoestima, controlam melhor a ansiedade e têm maior confiança em si mesmos, aprendem a lidar com as frustrações e a gerenciar melhor o tempo, contribuindo para uma vida mais saudável tanto fisicamente como psicologicamente.
Os pais e educadores, portanto, precisam ficar muito atentos, principalmente se o filho for um vestibulando e for fazer o exame do ENEM. No caso de notarem qualquer comportamento ou sintomas de ansiedade exagerada manifestada com comportamentos atípicos como euforia excessiva ou tristeza profunda, isolamento, não conseguir focar nas prioridades/estudo, não conseguir lidar com pequenas frustrações, entre outras, seria muito produtivo conversar “de forma carinhosa” com ele e/ou buscar a ajuda de um profissional para auxiliar na administração desses sentimentos. Os profissionais que podem ser procurados podem ser um Coach Educacional, um psicólogo ou, em casos disfuncionais, um médico (Neurologista ou Psiquiatra). Estes são os mais indicados.
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